O Valor do Grave

SÓ É GRAVE AQUILO QUE É NECESSÁRIO, SÓ TEM VALOR AQUILO QUE PESA.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sinuca

Malaquias passa o giz na ponta do taco até a borracha preta ficar completamente coberta por uma camada azul. Esfrega o giz branco na curva da mão entre o indicador e o polegar. O mesmo giz é passado na parte do taco que deslizará pela mão. Atento e concentrado, mira, de ponta a ponta, o instrumento contra a luz em busca de alguma imperfeição da sua reta. - Odeia tacos vesgos. Paquera a bola vermelha encostada na caçapa, depois a branca. Agacha-se, mentaliza a jogada e num golpe reto e forte, a bola branca percorre metade da mesa até empurrar a outra desejada para a boca buraco, voltando ao mesmo lugar de partida, deixando o amigo, rival na partida, em risco na jogada futura.
A bola branca fica entre duas bolas vermelhas que impede o toque nas amarelas da mesa.
– Sinuca! – Exclama Malaquias.
José não se faz de rogado. Suga a cerveja quente do copo, desafia a lógica, assume o risco e batendo em tabela, faz a branca tocar na amarela da ponta da mesa, sem triscar nas bolas proibidas. Gaba-se por não precisar do giz.
Na sinuca, José é imbatível.